Tuesday, February 13, 2007

A Conquista da Honra [Filme]

Flags of our Fathers, Clint Eastwood, 7/10

O Clint Eastwood teve uma idéia realmente genial que poderia ter gerado um momento único na história do cinema: ele decidiu fazer dois filmes simultaneamente, contando a mesma história por dois ângulos diferentes. A história não era qualquer história, mas sim a conquista da ilha de Iwo Jima, uma vitória estratégica para os EUA durante a Segunda Guerra, e custou muito caro para o Japão: morreram mais de 20 mil japoneses, e menos de 5% dos soldados que defendiam a ilha sobreviveram. Esta é a história de Carta de Iwo Jima, a história do conflito contado pelo lado japonês (e, aparentemente, um dos melhores filmes do ano). Do lado americano, a batalha ficou famosa principalmente por causa de uma foto: a imagem de 6 marines fincando a bandeira americana no solo da ilha. E é esta história que é contado em A Conquista da Honra. A grande falha do filme é não conseguir alternar eficientemente entre o conflito e a história dos três fotografados sobreviventes que passam a ser considerados heróis e "convencidos" a participar de uma campanha para levantar fundos para a guerra. A montagem não-linear impede a criação de vínculos entre quem está assistindo e os soldados que estão morrendo em profusão, e todos parecem ser o mesmo soldado. E isto vai de encontro à grande mensagem do filme, de que os soldados que estão lá prontos para morrer o fazem pelo seu companheiro. O que adianta eles falarem isso se o filme é conduzido de um jeito tal que não há como se identificar com qualquer dos companheiros mortos, mal dá para aprender seus nomes... O Clint Eastwood é um grande diretor, as cenas de batalhas estão fantásticas, mas neste filme ele falhou feio. Espero que o lado japonês seja tudo que promete (e o trailer alimenta esta esperança). É uma pena, porque poderia ter sido um momento de genialidade única.

O Diabo Veste Prada [Filme]


The Devil Wears Prada, David Frankel, 6,5/10

Quando eu terminei de assistir a O Diabo Veste Prada, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: "por que tanta história sobre esse filme???" Uma comédia nada especial, com uma atuação acima da média de Meryl Streep (que sempre está acima da média, então qual a surpresa?), que aliás não é a protagonista do filme, apesar de ter sido indicada para todos os prêmios como tal... Eu realmente não entendi a tração geral por esse filme. Não que seja ruim, longe disso. Mas, para mim, é mais uma comédia igual a várias outras, só que a Gisele Bündchen aparece por lá para fazer uma ponta...


À Procura da Felicidade [Filme]

The Pursuit of Happyness, Will Smith, 6,5/10

Um filme razoável, com uma atuação acima da média de Will Smith. É assim que À Procura da Felicidade vai ficar marcado na minha memória. Um filme sem muitos altos ou baixos, mediano em todos os aspectos exceto na participação de seu protagonista. Conta uma história (real) que deveria ser realmente inspiradora, de um zé-ninguém com muito talento que supera muita (MUITA) coisa para realizar seus sonhos de "felicidade". Infelizmente, nem me sentir inspirado eu realmente consegui, tal o nível de apatia emocional do filme... se não tiver nada melhor para ver, até vale...

Friday, February 9, 2007

Damien Rice


Recentemente eu recebi uma recomendação de uma amiga minha de um vídeo: [YouTube]. Às vezes eu me esqueço do YouTube e de tudo que ele pode oferecer... esse é o clipe de 9 Crimes, o carro-chefe do novo disco do Damien Rice, 9... pois é, depois de ver esse clipe (estranho pra caralho, diga-se de passagem, mas muito massa), eu perdi um tempo assistindo a todo o show que o ele fez no Four Seasons... Na verdade, eu comecei pela última música (e, talvez, a mais impressionante): http://www.youtube.com/watch?v=GF7RTv2xdjY&NR Depois vi todas as outras músicas do setlist, tá tudo lá no YouTube... muito impressionante, o cara é bom mesmo!! Eu tinha meio que me esquecido dele, mas depois desse dia, eu saí e comprei o CD dele, 9... não me arrependi nem um pouco, apesar de ainda achar que o primeiro CD (O) é melhor... eu gosto bastante das letras dele, apesar de serem muito depressivas... eu gosto também do "som" característico das músicas deles, a banda é a mesma do primeiro CD então isso não se perdeu... o que eu acho que fez com que eu achasse que este CD é um pouco mais fraco é a diminuição da participação da Lisa, a cantora que divide algumas das músicas com ele... eu gosto muito da combinação das vozes deles, e neste CD a minha impressão é que ela participa menos, tirando um pouco da força das músicas... Qual é a chance de um cara desse fazer um show aqui no Brasil??? E qual a chance desse improvável show ser no formato do Four Seasons, para poucas pessoas e tal??? E qual a probabilidade de que, caso tudo isso aconteça, o ingresso não custe uma fortuna??? :-) Aliás, por falar em custar uma fortuna, o Roger Waters tá vindo de novo para São Paulo...

Monday, February 5, 2007

Pecados Íntimos [Filme]

Little Children, Todd Field (8/10)

Aconteceu uma coisa bizarra no final desse filme. Eu não sabia (ou não me lembrava) quem era o diretor do filme. No exato momento em que ele acabou, me veio na cabeça: "Putz, que filme Todd Field". Sei lá por quê tive essa sensação, afinal eu só conheço um filme do cara: Entre Quatro Paredes. Mas qual não foi a minha surpresa ao, 3 segundos depois, começar a ler os créditos. Depois dessa, não consigo evitar a comparação entre os dois filmes. Para começar, Pecados Íntimos é um filme muito bom, com certeza um dos melhores do ano. Na minha opinião ele tem um problema grave, e alguns problemas menores, que aparecem bem quando a inevitável comparação é feita. O grave problema tem nome, e atende por Patrick Wilson. Um dos mais incríveis méritos de Entre Quatro Paredes são as fantásticas atuações do elenco. Todos estão muito bem. Aqui, foi quase. A atuação de Patrick Wilson incomoda, porque ele é um personagem muito importante, com muito tempo em cena, e que contracena com uma Kate Winslet que, pelo amor de Deus!!, dá um show de atuação. E ele é o único personagem importante que não está bem. Este é o problema grave. Os outros problemas são vários pequenos furos de roteiro/fatos mal esclarecidos que minam um pouco o resultado final do filme. É verdade que a história deste filme é bem mais complexa, e até mais interessante, que a de Entre Quatro Paredes, mas o roteiro não está tão bem acabado quanto o do seu antecessor. Por que o marido da Kate Winslet simplesmente pára de aparecer?? Do que a Jean desconfia quando fica cuidando de Lucy?? A Jennifer Connely devia ter sido um pouco melhor desenvolvida também... mas são todos pequenos problemas, num filme realmente tenso, complexo e maravilhoso...

Rocky Balboa [Filme]


Rocky Balboa, Sylvester Stallone (7,5/10)

Eu vou admitir uma coisa: a primeira vez que eu ouvi falarem que o Stallone estava fazendo Rambo 4 e Rocky 6 eu dei risada. Muita. Mas é claro que, quanto mais perto da estréia chegávamos, mais eu estava ansioso para ver o filme. Então fui logo na pré-estréia, sexta passada. Primeiro, o mais importante: o filme é surpreendente bom, considerando se tratar de Rocky 6!!!! É muito melhor que aquela porcaria do quinto. Eu o classificaria mais ou menos no nível do segundo Rocky, superior ao 3 e ao 4, mas ainda aquém do primeiro. A grande falha está no próprio Stallone: ele (surpresa!!) não é o melhor dos diretores. O filme deixa sempre uma sensação de estar correndo pra contar a história, cenas cortadas, a história meio jogada, personagens mal desenvolvidos... (ou sumidos, como o filho da Little Mary, que desaparece depois da metade do filme). Mas a história é bem interessante. Reflete bem a realidade do que deve ter sido para ele fazer esse filme. Começou por uma gozação generalizada (afinal, ele já tá com 60 anos!!!), foi se tornando uma respeitosa aceitação do resultado final. Claro, o filme não é nenhuma obra-prima, mas é, além de uma diversão de primeira, um bom filme. E eu nem sei o que dizer de quem não ficar com vontade de gritar "Rocky!! Rocky!! Rocky!!" no final do filme.